terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A propósito da reportagem do autismo...


É sabido que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, com etiologias múltiplas, de origem neurobiológica, não tendo nada a ver com problemas na interacção mãe-bebé, com factores ambientais, com vacinas e diversas outras hipóteses já levantadas a respeito da doença.
O autismo é uma doença congénita, não temos o poder de criar filhos autistas, eles nascem com esta deficiência, que pode-se manifestar desde seu nascimento (sendo o autismo clássico) ou até aos dois anos de idade (regressivo).
De acordo com o DSM IV-TR este transtorno de desenvolvimento afecta 1:1000 crianças, tendo incidência maior no sexo masculino (3:1/4:1).
Infelizmente não existe ainda um exame de sangue ou um teste que possa ser feito para se diagnosticar o autismo durante a gestação ou após o nascimento. Então, este diagnóstico sim é comportamental, a causa não). Os seus maiores deficits apresentam-se nas áreas de socialização, comunicação e imaginação, e sabemos que quanto antes diagnosticada, há muito mais hipóteses de progressos.

A doença manifesta-se geralmente durante os três primeiros anos de vida. (DSM IV-TR, 2002).


Causas:

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gémeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte genética, porque tende a acontecer em ambos os gémeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados com uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossómica).

Sintomas e diagnóstico:
Uma criança autista prefere estar só, não cria relações pessoais íntimas, não abraça, evita contacto olhos nos olhos, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objectos familiares e repete continuamente certos actos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela frequentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.
Sintomas de autismo numa criança levam o médico ao diagnóstico, que é feito através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.
A maioria das crianças autistas tem desempenho intelectual desigual, assim, testar a inteligência não é uma tarefa simples. Pode ser necessário repetir os testes várias vezes. Crianças autistas normalmente conseguem melhores resultados nos itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens verbais durante testes padrão de Q.I.

Acredita-se que aproximadamente 70 por cento das crianças com autismo têm algum grau de atraso mental (Q.I. menor do que 70).
Entre 20 e 40 por cento das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I. abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência.
Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais.
Uma variante do autismo, às vezes chamada de desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância ou autismo atípico, pode ter início mais tardio, até os 12 anos de idade. Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e frequentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Estas crianças também podem ter síndrome de Tourette, doença obsessivo-compulsiva ou hiperatividade.
Assim, pode ser muito difícil para o médico diferenciar entre essas condições.
Prognóstico e tratamento:

Os sintomas de autismo geralmente persistem ao longo de toda a vida.
Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal - por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em testes padrão - provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral quando adultos.
Crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto, frequentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial.
Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.
A linguagem dos sinais às vezes é utilizada para a comunicação com crianças mudas, embora os seus benefícios sejam desconhecidos.

Terapia comportamental pode ajudar crianças severamente autistas a se controlarem em casa e na escola. Essa terapia é útil quando uma criança autista testa a paciência de até mesmo os pais mais amorosos e os professores mais dedicados.

(informação recolhida de artigos da net).


Por hoje é tudo =D


Vejam uma das reportagens sobre o autismo que encontrei na net em:




Beijinhos e votos de um bom 2009 e uma óptima semana!

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