sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Onde Chega a Discriminação


'Discriminação.
O Observatório da Educação, de uma associação de jovens homossexuais, bissexuais e transgéneros, recebeu 92 queixas de homofobia no meio escolar. Uma delas foi a de Isabel, uma aluna que foi agredida por um colega. O conselho executivo nada fez e só um juiz condenou o agressor

Hematomas e dois dentes partidos foi o culminar das ofensas, e regra verbais, que Isabel sofreu de forma continuada na escola e que acabou por deixar. E porquê? Por ter uma orientação sexual diferente dos colegas, na maioria os da própria turma.

Apresentou queixa no conselho executivo da escola, no Porto, que nada vez. Reclamou junto da polícia e o tribunal deu-lhe razão. Isabel sentiu-se vítima de homofobia e lutou, sobretudo, por um pedido de desculpa.

A jovem, agora com 16 anos, é uma das 92 que denunciaram casos de homofobia ao Observatório de Educação da rede ex aequo (associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes, LGBT), entre Outubro de 2006 e Outubro de 2008. Pertence , ainda, ao reduzido núcleo (7,6%) que fez junto dos órgãos directivos da escola, mas também, à maioria dos que se sentem injustiçados. Ou seja, não puniram os agressores.

"Andava no 9.º ano. Sempre tive problemas com os meus colegas, ainda antes de descobrirem que era homossexual. Chamavam-me nomes, gozavam-se por vestir à rapaz e de gostar de jogar à bola. Um dia, estava no campo de basquetebol sozinha e fizeram um circulo à minha volta. Provocaram-me, ainda tentei afastar o colega que me bateu, mas ele começou aos murros e acabou por me partir os dentes", conta a Isabel, que, ainda hoje, prefere não identificar os agressores e a escola onde andou.Ninguém a socorreu, antes pelo contrário, aplaudiram, e só a fuga de Isabel acabou com a agressão.

Tinha 14 anos e mãe denunciou o caso ao conselho executivo, que desvalorizou o ocorrido. "Só queria um pedido de desculpa e que me pagassem as consultas do dentista", sublinha a Isabel. Acabaria por ser o Tribunal do Porto a dar-lhe razão.
Ainda pensou em se queixar da escola, mas achou melhor esquecer o assunto.As agressões tornam-se mais graves no ano lectivo de 2006/2007 e o processo ficou concluído no primeiro semestre de 2008. Antes disso, já Isabel tinha mudado de escola.
E conta: "As coisas estão muito melhores. Alguns sabem da minha orientação sexual e nunca tive problemas".Isabel levou o caso até às últimas consequências, aos tribunais, mas, mesmo assim, viu-se na necessidade de mudar de estabelecimento escolar, o que coincidiu com a mudança de ciclo e de curso.

É esta a solução encontrada por muito jovens, refere Rita Paulos, da rede ex aequo. Ou, então, desenvolvem problemas psicológicos graves que poderão levar ao suicídio. Isto porque, salienta, "a homofobia não é um tema de discussão no meio escolar". E acrescenta, "é um tema tabu, mesmo quando se fala na violência na escola". Até porque a maioria das vítimas ainda tem medo em denunciar a situação para não se sentirem mais discriminadas.

Os responsáveis da confederação das associações de pais (Confap), da linha SOS Professores, da PSP e, até, do Observatório da Segurança Escolar , não têm registos de denúncias de homofobia e de transfobia. A rede ex aequo enviou o relatório do Observatório de Educação à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
Isto porque querem ver introduzido do tema da homofobia nos currículos de educação sexual e formação cívica, porque dizem ser "urgente formar e informar correctamente professores, alunos e auxiliares".

Outra das exigências é que seja distinguido o bullying homofóbico (agressão continuada de alunos a alunos) do bullying em geral. No ano lectivo de 2006/2007 os conselhos executivos registaram 7028 casos de violência na escola, menos 27,7% do que no ano lectivo anterior, 10 964.' (in D.N.)

Acho que faz todo o sentido sim uma educação sexual, mas algo construtivo e actualizado. Também concordo com o programa britânico que pretende ensinar a diferença entre homo e heterosexualidade a crianças a partir dos 5 anos de idade. (ver aqui)

P.S. A Educação começa em casa...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Continuando...dislexia!


ETIOLOGIA

Em concrecto, não há nenhuma segurança em afirmar uma ou outra etiologia para a causa da
dislexia, mas há algumas situações que foram descartadas:


Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual.

Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógico-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, existencial e pictórica.

O disléxico teria a sua inteligência mais predisposta à inteligência corporal-cinestésica, musical, espacial.
Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem. Pode haver um comprometimento do
emocional como consequência das dificuldades da dislexia, mas nunca como causa única.


A criança disléxica não tem perda auditiva.


Há vários estudos :
A) Uma falha no sistema nervoso central na sua habilidade para organizar os grafemas, isto é, as
letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no âmbito da palavra.
B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das palavras.
C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjectivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.
D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação linguística.
E) Implicações relação afectiva mãe-filho, o que pode entravar a necessidade da linguagem, e
mais tarde a aprendizagem da leitura e escrita.

TIPOS DE DISLEXIA
*DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora
ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções,
transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança Articulatória.
*DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação visuo-especial
manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o
primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico oftalmologista.
*DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma nítida
limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos ao ler.


LEMBRE-SE EM OBSERVAR
* Alterações de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
* As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se
irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de
raciocínio.
* As crianças disléxicas, ainda segundo o professor, apresentam confusão com letras com
grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "dp",
"d-q", "n-u" e "a-e". Ocorre também com os números 6;9;1;7;3;5, etc.
* Apresenta dificuldade em realizar cálculos por se atrapalhar com a grafia numérica ou não
compreende a situação problema a ser resolvida.
* Confusões com os sinais (+) adição e (x) multiplicação.

* A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos
sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
* Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras,
chamamos a atenção de educadores, e pais para as inversões de sílabas ou palavras como
"sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição
de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.

ALFABETIZAÇÃO DO DISLÉXICO


O disléxico precisa de atentamente, ouvir atentamente, ter em atenção os movimentos da mão
quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança
disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos
FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER, são atividades da linguagem.
FALAR E OUVIR, são actividades com fundamentos biológicos.
O método mais adequado tem sido o fonético e montagem de ”manuais” de alfabetização
apropriada a criança disléxica.


A criança aprende a usar a linguagem falada mas isto depende do:
> meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente.
> trato vocal.
> organização do cérebro.
> sensibilidade perceptual para falar os sons.

O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tacto para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.


ESTRATÉGIAS QUE AJUDAM


Uso frequente de material concreto:
>> Relógio digital.
>> Calculadora.
>> Gravador.
>> Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha.
>> Uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem).
>> Material Dourado.
>> Folhas quadriculadas para matemática.
>> Letras com várias texturas.
>> Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da turma.
>> Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em turma a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
>> As suas habilidades devem ser julgadas mais através das suas respostas orais do que nas escritas.
>> Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que lhe foi dito para fazer, isto
inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
>> Revisões devem ser frequentes e importantes

>> Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
>> Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando
você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
>> Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
>> Dê-lhes menos deveres de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa
>> Não risque a vermelho os seus erros ou coloque lembretes tipo: estude! precisa estudar mais!
precisa melhorar !
>> Procure não dar sas suas notas em voz alta para toda a turma, isso a humilha e a faz infeliz.
>> Não a force a modificar a sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.

>> Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima.
>> Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança
não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas.
>> Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas
escritas.
>> Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas avaliações sempre em termos de
trabalhos e pesquisas.


ORIENTAÇÃO AOS PAIS


* A coisa mais importante a fazer: AJUDAR A MELHORAR A AUTO ESTIMA. Ofereça
segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.
* Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: Fonoaudiólogo, Psicólogo, Neurologista ou Psicopedagógo.
* Explique que as suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA e que você vai ajudá-lo a superál-as, mas que ele é o principal agente desta mudança.
* Encoraje-o e encontre coisas em que se saia bem, estimulando-o nessas coisas.
* Elogie pelos seus esforços, lembre-se como ele tem de se esforçar muito para ter algum sucesso
na leitura e na escrita.
* Ajude-o nos trabalhos escolares, ou, em algumas lições em especial, com paciência (mas não escreva para ele, ou resolva as suas tarefas de matemática).
* Ajude-o a ser organizado.

* Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como desportos, música, fotografia, desenhos, etc.
* Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade
dele de enfrentar as suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente.
* Não permita que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de
limites. Uma coisa nada tem a ver com a outra!
Bem, e aqui fica o resto do post que prometi!!!
Beijinhos de boa semana! =D

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Dislexicando...


A definição mais usada na actualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:
"Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da
linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de descodificar palavras
simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de descodificar
palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução
convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios
cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem.

A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente são incluídos os problemas de leitura, da aquisição e capacidade de escrever e soletrar."


A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e
hereditária, e os seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.
Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado,
direccionado às condições de cada caso. Não podemos considerar como 'comprometimento' a sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação ao dominio cerebral.


Portanto:
· "A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança
para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência."
· "A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio.
Refere-se a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem."
· "A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é
duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se manifesta na
insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”
· "A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere
de forma significativa na integração dos símbolos linguísticos e perceptivos. Afecta
mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1."
· "A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e
semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem,
comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória sequencial .”


SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS
Desde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criança é disléxica.
Eles não são suficientes para se fazer um diagnóstico, mas vale prestar atenção:
* Fraco desenvolvimento da atenção.
* Falta de capacidade para brincar com outras crianças.
* Atraso no desenvolvimento da fala e escrita.
* Atraso no desenvolvimento visual.
* Falta de coordenação motora.
* Dificuldade em aprender rimas/canções.
* Falta de interesse em livros impressos.
* Dificuldade em acompanhar histórias.
* Dificuldade com a memória imediata organização geral.
DIFICULDADES ENCONTRADAS EM CRIANÇAS COM DISLEXIA
* Dificuldade para ler orações e palavras simples.
* A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.
* As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por
exemplo “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de uma língua, uma outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a sequência de letras.
* Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.
* A ortografia é alterada, podendo estar ligada a chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).
* Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são
escritas. Em geral, os professores ficam desesperados: " como podem - pensam e reclamam -
ela está vendo a forma correccta e escreve exactamente o contrário?".

Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente.
* As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira
involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo:“gato” por “casa”.
* As crianças disléxicas têm dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.
* Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e as palavras.
* Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homónimos, isto é,
palavras semelhantes (secção, cessão e sessão) são uma dificuldade nas crianças disléxicas.
* Os erros na separação das palavras.
* Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação e sem ritmo.
Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, descodificam as palavras, mas não conseguem compreendê-las.
* Os disléxicos têm falhas na construção gramatical, especialmente na elaboração de orações
complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.


Bem, por hoje deixo-vos com esta informação..com a promessa de continuar o post!

Porque ainda não acabei ;)


Beijinhos e um óptimo dia..aqui por estas bandas está chuvoso!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O meu primeiro Post It


Olá!
Antes de mais agradeço à minha amiga e companheira de curso Dani que teve a gentileza de me adicionar a esta comunidade.
Terei todo o prazer em fazer parte dela e de poder contribuir também, de alguma forma, com a minha humilde opinião.
Espero que este "postit" seja o primeiro de muitos outros.
Deixo aqui um pequeno texto que escrevi há já algum tempo, mas que apesar de tudo, não deixa de estar actualizado e com o qual ainda me identifico bastante.
Inspirado num livro que li enquanto elaborava a minha tese de fim de curso, é um texto me deu bastante gozo, pois foi uma espécie de desabafo que tive para comigo mesma, mas que acabei por partilha-lo com os meus "cyber-friends".

"Desabafo"

As historias más, deprimentes e assustadoras são o conteúdo dos nossos discursos.
Sabemos que não no sentimos bem na presença de falhados nem de falhanços, mas alimentamo-nos deles como canibais estranhos energizados pelas influências da vida...

Falta-nos cada vez mais oxigénio para aguentar os nossos mergulhos diários na vida...
Escassas são as coisas que nos sabem bem, raramente nos debruçamos sobre o bom e o positivo da vida...pouco partilhamos as vitórias.

Como diz o poeta
"Às vezes, em horas de desânimo, chego a crer que esta tristeza
negra nos sobe da alma aos olhos, e então tenho a impressão intolerável
e louca de que todos trazemos os olhos vestidos de luto por nós
próprios." (Laranjeira, M.)


© Jus† me

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre Alucinações


Uma pesquisa feita por psicólogos da Universidade de Durham, na Grã-Bretanha, sugeriu que beber grandes quantidades de café pode fazer com que uma pessoa tenha uma maior tendência para sofrer alucinações.

Segundo o coordenador do estudo, Simon Jones, «alucinações não são necessariamente um sinal de doença mental (...) A maioria das pessoas tem experiências breves de ouvir vozes quando não há ninguém presente e cerca de 3% ouvem essas vozes regularmente». Mas o trabalho científico sugeriu que o risco de isso acontecer aumenta com o alto consumo de café e outras fontes de cafeína. (ver artigo completo Aqui)

No entanto um outro estudo verificou que é possível ter alucinações sem que isso seja provocado por qualquer substância, é tudo uma questão de conhecer o funcionamento da nossa mente. O que põe em questão se aquilo que vemos é a realidade das coisas e também nos mostra como uma dor pode ser mesmo psicológica. ( ver artigo Aqui)

Um estudo não invalida o outro como é óbvio. Mas encontrei estes artigos e achei engraçado.

Do que é que este homem se havia de lembrar!?!?!


Comentários do patriarca sobre os muçulmanos geram críticas e polémica


15.01.2009, António Marujo


Era uma tertúlia descontraída no Casino da Figueira. Até que o patriarca disse que o diálogo com o islão é "difícil" e sugeriu às católicas que pensem bem antes de casar com muçulmanos. O dia acabou em polémica.
O que era para ser uma tertúlia descontraída, transformou-se num monte de polémicas sobre as declarações do patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. Anteontem à noite, numa iniciativa que comemora os 125 anos do Casino da Figueira da Foz, o cardeal afirmou que o diálogo com os muçulmanos é "difícil" e aconselhou as jovens portuguesas a pensar bem antes de casar com muçulmanos.
As reacções surgiram, durante o dia, em catadupa.

A Comunidade Islâmica de Lisboa manifestou-se "de alguma forma" magoada com as declarações do patriarca.

A secção portuguesa da Amnistia Internacional recomendou ao cardeal que se "retracte publicamente".

A alta comissária para o Diálogo Inter-Cultural ressalvou que conhece relações mistas que são exemplo de "sucesso e amor" e que as declarações "não irão gerar focos de tensão" entre católicos e muçulmanos.

O sociólogo Moisés Espírito Santo concordou com o patriarca, enquanto vários responsáveis católicos e da Conferência Episcopal reafirmaram a vontade e o empenhamento no diá-logo inter-religioso.

Foi numa tertúlia com Fátima Campos Ferreira, da RTP, em resposta a uma pergunta sobre a relação com o islão, que o patriarca deu "um conselho" às jovens portuguesas: "Cautela com os amores, pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem; pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos, nem Alá sabe onde é que acabam."Antes, o cardeal falara da necessidade de conhecer os muçulmanos e o Alcorão.

"Somos muito ignorantes. Queremos dialogar com muçulmanos, e não gastámos uma hora da nossa vida a perceber o que é que eles são. Quem é que em Portugal já leu o Alcorão?", perguntou.

Na maior parte das reportagens das rádios e televisões, esta frase não passou.

Tal como a seguinte: "Se queremos dialogar com muçulmanos, temos que saber o bê-á-bá da sua compreensão da vida, da sua fé. A primeira coisa é conhecer melhor."

Mas, logo a seguir, o patriarca referiu a dificuldade do diálogo com os muçulmanos:

"Só é possível dialogar com quem quer dialogar e com os nossos irmãos muçulmanos o diálogo é muito difícil".

Perante as primeiras reacções, o responsável pelo diálogo ecuménico e inter-religioso do patriarcado, padre Peter Stilwell, emitiu um comunicado ao final da manhã: o que o patriarca quis destacar foi que as relações com os muçulmanos têm sido "de grande simpatia - poderá mesmo dizer-se, exemplares".

No modo de dialogar com os muçulmanos, o patriarca quis, diz ainda o comunicado, afirmar que se devem ter em conta três critérios: "o respeito pelas diferenças", que implica o "conhecimento mútuo" e a "prudência nos gestos de aproximação".

Estes podem ter consequências inesperadas, esclarece o texto, como "a cedência de espaços de culto ou o casamento entre pessoas de tradições religiosas e culturais diferentes".

Na conversa - de pé, mão no bolso e descontraído -, o patriarca referiu o exemplo do que aconteceu em Colónia (Alemanha), há poucos anos, quando um grupo de muçulmanos pediu a um catedral para celebrar o Ramadão. Acabaram por ficar e só saíram com a intervenção da polícia. Compreensão e escândalo

A reacção da Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) fez-se também em comunicado.

O seu presidente, Abdool Vakil, diz que contactou os responsáveis pelo diálogo inter-religioso do patriarcado e entendeu o conteúdo das declarações do patriarca, embora tenha ficado surpreendido.

As palavras do patriarca podem ser interpretadas como "uma chamada de atenção para o necessário respeito pelas diferenças, o que implica um conhecimento mútuo - incluindo o conhecimento da religião de cada um - e, muito em especial, da tradição do outro", diz o texto de Vakil. Este não é o caso "quando estão em causa cidadãos do mesmo país que, embora professando religiões diferentes, partilham da mesma cultura e interagem na mesma sociedade". Vakil sublinha que Jesus é um profeta para o islão.

Mas acrescenta que existe "uma grande ignorância" sobre o islão, em questões "simples" como a palavra Alá - "Deus", em árabe - a que, "com total desconhecimento da realidade, se atribui o significado de 'Deus dos muçulmanos'."

Se assim fosse, os cristãos árabes não usariam Alá para referir Deus.

Quem não gostou de todo das declarações do patriarca foi Catarina Morais, portuguesa, casada com um muçulmano. "Estou escandalizada", disse ao PÚBLICO.

As palavras do patriarca deixaram-na "tão furiosa" que está a ponderar apresentar uma queixa-crime. "O que o cardeal-patriarca disse ofendeu-me ainda mais a mim do que ao meu marido. Mas, sobretudo, ofendeu muito as minhas filhas, que são fruto desta relação não aconselhada". Catarina não compreende como é que o cardeal pode dizer que o diálogo com o islão é difícil "depois de todas as visitas à mesquita, de todos os encontros", desabafa. com Alexandra Prado Coelho

(retirado da net)
Ai sim senhora!!!
Mas que ideia dispartada vem a ser esta?Hein??
Valha-me...
Bem...há comentários menos felizes...que por vezes nem sequer nos deviamos atrever a expressar!
A meu ver, este tipo de comentários gera ainda mais "problemas", como dizia o dito senhor!
Não deve ter medido bem a extensão dos estragos...e dos ainda mais conflitos inter-religiões!
Como ele afirmou:
"Cautela com os amores, pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem; pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos, nem Alá sabe onde é que acabam."
Realmente...
Onde está o remar para o mesmo fim que todos (possivelmente todos!!!, é que com atitudes destas duvido!) tantas vezes falam...a PAZ...??
E quando pensava..que já tinha ouvido tudo da boca destes senhores..eis que eles me surpreendem!
Bom resto de semana!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Falemos hoje...do tão afamado Stress!!


A vida em sociedade do recém-chegado milénio, caracterizada por uma incontrolável corrida contra o tempo, tem contribuído de sobremaneira para o aumento da epidemia do stress, assim caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Etimologicamente o termo stress é originário do latim stringo, stringere e significa apertar, estreitar, comprimir.
O conceito é emprestado da física, onde “designa a contracção excessiva sofrida por um material.”
Em Psicologia, o termo stress aponta para situações problemáticas que surgem durante o ciclo vital. Segundo o dicionário de Psicologia stress é uma palavra inglesa que implica ideia de violência, de tensão, de constrangimento.

Delay define stress como “um estado de tensão aguda do organismo obrigado a mobilizar as suas defesas para fazer face a uma situação ameaçadora”. O agressor pode ser físico (um traumatismo, um agente tóxico ou uma infecção); pode também ser psicológico (emoção). A reacção do organismo caracteriza-se por modificações neuroendocrínicas intimamente misturadas, que põem em jogo o hipotálamo (centro da emoção do cérebro) e as glândulas supra-renais (centro de reactividade). É uma resposta normal a um agente físico, esta reacção produz-se em qualquer indivíduo submetido a uma agressão.



No fim do século XX e inícios do século XXI, o conceito stress tem emergido a nível individual, organizacional e social como um dos problemas de saúde mais graves, atendendo às nefastas consequências que lhe estão associadas.
Actualmente, a vivência de elevados níveis de stress é nocivo não só para o indivíduo, mas também para as organizações e a sociedade em geral, porque pelas suas consequências implica também um aumento dos custos com a saúde, uma diminuição da produtividade, estando relacionado com a competitividade organizacional e consequentemente com a económica a nível nacional.

Quando um indivíduo entra em stress ocorre um processo de activação que abrange todo o organismo. O stress atrai emoções, transforma o comportamento observável e intervém em mecanismos biológicos e cognitivos. Estas mutações são tanto mais acentuadas quanto mais intenso e prolongado for o stress.



Quando o stress no trabalho não é controlado pelo indivíduo, este tende a agravar-se e a converter-se em exaustão profissional, que segundo os autores, Maslach e Schaufeli, deve ser considerado um prolongamento do stress ocupacional, sendo resultado de um processo de longa duração, em que o profissional sente que os seus recursos para lidar com as exigências colocadas pela situação já estão “esgotados”.
Como é referido por Cherniss, burnout é uma forma de adaptação que pode resultar em efeitos negativos tanto para a própria pessoa quanto para seu local de trabalho. Portanto, é consequência de uma tentativa de adaptação própria das pessoas que não dispõem de recursos para lidar com o stress no trabalho.


Bem aqui fica um cheirinho da minha tese...que vai ser apresentada em breve!!!


E já sabem....toca a controlar o stress!!!


Já que ele não é mau de todo, quando bem gerido é benéfico. Porque, afinal, como afirmava Hans Selye, um dos maiores investigadores sobre esta matéria, “sem stress não haveria vida”.


Beijinhos e boa semana!

Ah...bem-vindas as novas colaboradoras ao "gang"!!
Post It Psicológico